Na tranquilidade do meu espaço de cha, cercada pela serenidade da natureza, eu me encontro em meio ao meu ritual de chá.
Hoje, minha intenção é dedicada às mulheres que trilham a jornada da menopausa, um período de transição tão profundo e significativo. Enquanto o aroma do chá dança no ar, minhas reflexões fluem como as águas de um riacho, encontrando paralelos entre os princípios da filosofia japonesa do Wabi-Sabi e as mudanças que ocorrem nessa fase de vida.
Assim como a cerimônia do chá nos ensina a apreciar a beleza na simplicidade e na imperfeição, a menopausa é um momento de metamorfose, onde o corpo e a mente passam por uma transformação única e bela. As marcas do tempo que aparecem na cerâmica desgastada ecoam as linhas de sabedoria que se traçam em nossos rostos, testemunhas silenciosas das experiências vividas. Cada ruga, cada traço é um lembrete de histórias, de força e de superação.
A natureza, com suas estações em constante mudança, nos lembra da impermanência da vida, e assim é na jornada da menopausa. As mulheres que atravessam esse período encontram-se em um estágio de transição, como a árvore que solta suas folhas para preparar-se para a próxima primavera. E, da mesma forma, nessa aparente renúncia, há uma beleza sutil e uma promessa de renovação.
Na cerimônia do chá, cada gesto é executado com propósito e atenção, assim como as mulheres na menopausa escolhem com cuidado como desejam trilhar essa fase. Elas podem escolher soltar o que não mais lhes serve, abraçar novas formas de ser e redefinir sua identidade. Aqueles momentos de meditação profunda na cerimônia, refletem o espaço que as mulheres encontram para se reconectar consigo mesmas durante essa transição, encontrando clareza e aceitação.
À medida que bebo o chá, sinto a conexão entre os princípios do Wabi-Sabi e a beleza da jornada da menopausa. Ambos nos convidam a abraçar a impermanência, a encontrar a serenidade na mudança e a descobrir a poesia no simples e no autêntico. Assim como uma tijela de chá rachada que é valorizada nesse conceito oriental, por sua história, as mulheres na menopausa carregam consigo a riqueza de suas experiências, tornando-se testemunhas vivas de sua própria jornada de autodescoberta.
Que cada cerimônia seja um lembrete de que, assim como a natureza encontra beleza em cada estação, cada fase da vida é um capítulo precioso em nossa história, merecendo ser honrado, apreciado e celebrado.
Com carinho
Cláudia
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